Jogo dos Sete Erros

Encontrei nas minhas coisas um guardanapo, daqueles bem vagabundos de botequim em que entre outras palavras, estava a seguinte frase: ”se errei, foi tentando acertar”. O rabisco é antigo, porém, a frase tem um sentido muito presente nas nossas vidas.

Quem de nós, não já errou tentando acertar? E se nesses erros, conseguimos vislumbrar outros acertos? Atire quantas pedras julgues necessárias para apontar um erro alheio, mas lembre-se, uma delas pode atingi-lo diretamente. Mais cedo ou mais tarde, a vida cíclica como é, leva e traz momentos, estórias, inovações e repetições. E se um dia somos alvos, noutros a seta.

Lembrei então daquele “jogo dos sete erros” que vinha nos jornais e revistas. Víamos duas imagens e íamos apontando os erros presentes. Mas aprendi que na vida é um pouco mais complicado apontar o dedo, seja qual for a direção. Que verdades não são absolutas, isso é um fato! Além do mais, existem os contextos, as situações e tantas outras coisas que a gente não consegue enxergar, que estão além do que se ver.

A verdade é que com o passar dos anos, cada vez mais, me sinto incapaz de apontar os 7 ou mais, erros alheios.Inclusive, os meus próprios.Não se trata de cristianismo ou coisa parecida,trata-se de um fato irrevogável e condicional a todos nós:somos humanos. A frase que me fez pensar sobre erros era um texto direcionado para uma época e hoje, aplico para minha vida, na época eu pensava ser o alvo, hoje talvez a seta.

Lembro sem saudade de quando gostava de apontar os erros nos quadrinhos e imagens (e quem sabe, na vida!). Os tempos eram outros e eu era muito infantil, hoje, se eu não puder compreender, talvez pense a respeito, mas vou tentar segurar a ponta do meu dedo antes de direcioná-la a alguma coisa ou alguém. Assim como as pedras, a ponta do dedo pode se voltar para si.