Depois de dois “furos” finalmente consegui entrevistar o Sr. Alves (o nosso Gentileza). A entrevista foi marcada para ás 7:30 h da matina, cheguei pontualmente e fui recebido com receptividade. A conversa foi no Papicu (no local que ele exerce o seu oficio de sapateiro há 17 anos).
Em pouco mais de uma hora, escutei uma história de vida interessante. Assim como milhares de outras que tem por aí: luta diária, dificuldades, ensinamentos, alegrias e vida. O que diferencia esse homem dos demais? As palavras.
O senhor de quase 80 anos que apresenta uma vitalidade que impressiona. Desenvolto, ele fala e lembra histórias ocorridas décadas atrás. Ressaltou várias vezes a sua fé em Deus, e a importância do amor e respeito ao próximo. Muitas das palavras proferidas viraram “ensinamentos” no muro em que ele escreve.
A idéia inicial dos escritos era somente para anunciar que ali trabalhava um sapateiro com “serviços de qualidade”. Mas, as palavras e frases foram com o tempo aumentando e despertando a curiosidade dos passantes.
No arsenal das suas frases escritas com uma caligrafia bem particular, o Sr. Alves consegue passar mensagens que dá para refletir a respeito. Alguns clichês, outras frases curiosas e ensinamentos que só o tempo é capaz de nos fazer ter certeza da sua veracidade.
Julgando ser semi analfabeto (ele só fez até a 5° série), conhece como poucos o poder que a palavra tem. A força que tem o que se escreve e crer no poder edificante das mesmas. Gosta de falar sobre coisas boas, mas às vezes é necessário protestar, contra alguns políticos, por exemplo.
Saí de lá com a sensação de que a simplicidade é como um diamante bruto, mas que muitas vezes, não precisa ser lapidado. O Sr. Alves é um desses exemplares.
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