Tenho propensão à dispersão, sou
capaz de me perder e me encontrar dentro de um universo bem particular. Tais
universos são mais complexos do que supomos. A vida de cada um, os desejos, as
crenças, as alegrias e frustrações, tudo isso torna os mundos caleidoscópicos e
às vezes, com ausência de cores.
Sempre tive curiosidade por
mundos, pessoas e por coisas. Com o tempo, descobri que tenho problemas com o
lugar comum, prefiro a antítese, aquilo que é capaz de me fazer pensar. Mas,
quando me deparo com as coisas que são genuínas, compreendo até o excesso de
clichês.
Aquilo que repetido por vezes, se
torna uma quase verdade. E a verdade, o que é afinal? O que nos é crédulo? E o
outro? E o tempo com suas alterações e a ideologia mutável de quem vive? Não precisamos
marchar em busca de verdades, em algum momento, elas nos encontram, sem
procuras desenfreadas e sem cartazes apregoando-as, sem nenhuma marcha.
Hoje, em meio à dispersão das
coisas de uma vida moderna, senti vontade de marchar em busca da simplicidade.
Será que seria mais fácil um encontro com nós mesmos se tivéssemos mais tempo
para sermos dispersos? E as minhas inquietações, o que faço com elas? Convocarei
uma marcha e levantaremos bandeiras, pintaremos os rostos, pediremos por nós,
individual e coletivamente, cada um com as suas verdades, e quem sabe, com
sorte, elas nos encontre.
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