Baleiro

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entre as inúmeras coisas identificáveis que já ouvi, uma delas é que tenho uma multidão dentro de mim.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Marcha pela dispersão




Tenho propensão à dispersão, sou capaz de me perder e me encontrar dentro de um universo bem particular. Tais universos são mais complexos do que supomos. A vida de cada um, os desejos, as crenças, as alegrias e frustrações, tudo isso torna os mundos caleidoscópicos e às vezes, com ausência de cores.

Sempre tive curiosidade por mundos, pessoas e por coisas. Com o tempo, descobri que tenho problemas com o lugar comum, prefiro a antítese, aquilo que é capaz de me fazer pensar. Mas, quando me deparo com as coisas que são genuínas, compreendo até o excesso de clichês.

Aquilo que repetido por vezes, se torna uma quase verdade. E a verdade, o que é afinal? O que nos é crédulo? E o outro? E o tempo com suas alterações e a ideologia mutável de quem vive? Não precisamos marchar em busca de verdades, em algum momento, elas nos encontram, sem procuras desenfreadas e sem cartazes apregoando-as, sem nenhuma marcha.

Hoje, em meio à dispersão das coisas de uma vida moderna, senti vontade de marchar em busca da simplicidade. Será que seria mais fácil um encontro com nós mesmos se tivéssemos mais tempo para sermos dispersos? E as minhas inquietações, o que faço com elas? Convocarei uma marcha e levantaremos bandeiras, pintaremos os rostos, pediremos por nós, individual e coletivamente, cada um com as suas verdades, e quem sabe, com sorte, elas nos encontre.

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