
O silêncio sempre me causou sentimentos contraditórios. Seja nos momentos em que ele cala por consentimento ou por não ter mais nada a dizer. Por vezes, penso que aprendi a conviver com ele. Os silêncios de elevadores me incomodam, entre amigos ou amantes não.
Acredito que eles são fundamentais para os entendimentos que estão além dos ruídos, do que pode ser dito. Tem coisas que a palavra não expressa, não traduz. O silêncio sim, seja para o bem ou para mal.
Sempre precisei de momentos meus, estar comigo era um principio de entendimento. Um momento para adequar e organizar idéias, coisas, pessoas. Tem uma hora que tudo se mistura, somos partes de gentes, dentro de outras gentes. Infinitos mundos e lá no fundo é você que está. Se deixarmos, ficamos submersos entre escombros alheios. E nesses escombros existem coisas dispensáveis, muitas.
Perder-se em mundos, reencontrar-se em outros, deparar-se em traduções e essências. Precisa-se do vazio para que se possa encher-se de algo. Ter em você: você. Quem sou de fato? O abstrato, o externo, o lúdico. E o que é que me sobra? Quais as minhas faltas? Meu mundo extremo e contido. O meu ontem refletindo o amanhã que sequer chegou.Tem horas que não há nada para se dizer, qualquer palavra é leviana, assim como a boca que voz diz.
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