Baleiro

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entre as inúmeras coisas identificáveis que já ouvi, uma delas é que tenho uma multidão dentro de mim.

domingo, 19 de julho de 2009

"Eu vi um menino correndo/Eu vi o tempo"


Era o tempo, o tempo todo que batia á minha porta. Segundo a segundo e as suas manifestações de poderio. Durante tempos fingir não vê-lo, talvez tentasse desafiá-lo de alguma maneira. Acreditava tê-lo como aliado, ansiava pela fase adulta. Acreditava que a maioridade me traria tudo que se deve ter nas variantes fases do que chamamos de vida.


Vieram os primeiros pêlos na face. Algo estava mudando:voz, vontades, aparência. Sim, estava aos poucos me tornando um “homem já formado”. A fase adulta não tardou a chegar e outras tantas responsabilidades também. Como somos cobrados quanto mais o tempo passa! Como nos arrumam coisas que devemos ter e ser!Existem fórmulas e formas de felicidade, cartilhas de boas maneiras, e tantas outras coisas no “manual da felicidade moderna”.


E eu, certo que como num conto de Clarice, que as minhas felicidades sempre seriam clandestinas. Mas tento seguir alguns desses padrões impostos. Outros fujo como o diabo da cruz. Mas ainda em paralelo ao tempo, o eu de hoje, de ontem. Fico pensando em que momentos eles se encontram, se assemelham. Sim, não é só o relógio que em círculos incessantes giram. Cabeça, pulso, mente, corpo. A alma em compassos e descompassos rotineiros. A rotina acelera os dias ou os faz passar mais calmos?


Não sei se seria uma boa idéia voltar á infância, talvez a pureza perdida não possa ser recuperada. Por isso, é fundamental brincar de vez em quando de senhor do tempo como uma criança. Rir a toa do nada, se entreter com algo que “não temos mais idade”. Voltar apenas a sonhar, sem a certeza de algumas impossibilidades desse mundo adulto e real demais. E voltar um bocado no tempo e lembrar de quando tínhamos a certeza de que o amanhã será sempre um dia melhor. Para os dias menos gloriosos, esse é certamente um bom método para um reencontro com a nossa essência de menino.

2 comentários:

  1. Sei que vou cair no erro de me lançar ao esteriotipo de "Poliana" não sei se a fase menina ou se a fase moça...
    Tenho alguns conceitos e pré-conceitos em questão do tempo...Essa tal volta ao tempo..esses momentos nostaugicos... E que algumas vezes voltamos ate eles como fuga de um momento mal resolvido ou pelo medo do futuro...
    Nosso presente na verdade nunca esta presente ,sempre nos lançamos ao futuro pensando no passado..e o presente muitas vezes paraece um PIT STOP para darmos um respirada e corremos de novo atras de um futuro que nunca chega...Nosso passado sempre começa com lembranças boas e na sequencia algo engraçado e depois coisas que nos arrependemos e começa a sessão " E se...,e se..." no final tentamos nos covencer que foi melhor assim... " momento Poliana "...E no final o menino ficou perdido no passado no meio de decisões desastradas e que tentamos corrigir no meio da correria entre o passado e o futuro...

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  2. A gente pode até usar perfume para o qual não temos mais idade... Abraço, velho!

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