Baleiro

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Fortaleza, Ceará, Brazil
entre as inúmeras coisas identificáveis que já ouvi, uma delas é que tenho uma multidão dentro de mim.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

"E a vida,diga lá o que é meu irmão..."


Desde cedo somos orientados quanto à importância da vida. Quanto ao respeito e valorização da mesma. Um pouco mais crescidos, começamos a perceber e ouvir o quanto é importante aproveitá-la, porque de fato, ela é curta.

O natural é que a vida se vá depois de alguns anos, de maneira natural. Que a morte venha sem causar perplexidade e o assombro dos fatos que nos rodeiam. Éramos para morrer de velhos, muitos anos depois de nascidos, depois de ter cumprido a nossa trajetória.

Instintivamente lutamos pela sobrevivência e o nosso instinto nos diz que, cada vez mais, a luta aumenta e torna-se uma guerra urbana onde todos perdem. Não vou citar casos específicos, são tantos e tão falados na mídia, que involuntariamente, ao ler o texto virão à sua cabeça inúmeros casos.

A impressão que tenho é de que a vida, mesmo acuada diante de tantos atentados, tenta de alguma maneira ser e ter a real importância que de fato tem. A vulgarização das imagens, as estatísticas e o sensacionalismo, nos traz a sensação ainda maior de que a vulnerabilidade está por toda parte e que não estamos seguros em lugar algum.Que os defensores na realidade, não muitas vezes, criminosos. A quem recorrer então?

E seguimos entre medos e espantos, numa tela real que nos traz à tona uma sociedade controversa, onde a comoção e o esquecimento acontecem rapidamente. Onde a impunidade e o descaso imperam. Onde existem dois lados de uma moeda cheia de ferrugem e com gosto de fel. A quem pedir proteção então?

Estopins, sirenes e correria. Imagens, vulgares, lugares, morros, minas. Vulgarizaram a vida! E a morte, serve de pano de fundo para o caos social que está reinando. Aos de fé, proteção divina. Aos demais, algo que lhes dê segurança. A todos, favor não esquecer do valor de uma vida.

Um comentário:

  1. Na hora de ver as coisas, estamos usando um 'enquadramento' cada vez mais panorâmico das ao nosso redor. Não são mais pessoas humildes em situações precárias. São fotos (por helicóptero) de um amontoado de favelas. Não é mais família que se despedaçou por um crime covarde. São manchetes e manchetes de uma coluna policial contando as atrocidades do dia. Enfim. A banalização pela quantidade. Como se isso nos tirasse a responsabilidade e nos tornasse mais inertes às "coisas do mundo moderno". E assim vamos perdendo o olhar aos detalhes, o olho no olho e o valor individual.
    Um medo de pagar individualmente o caos que construimos de mãos dadas diariamente.

    André França
    www.twitter.com/GodMaximus

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