Baleiro

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Fortaleza, Ceará, Brazil
entre as inúmeras coisas identificáveis que já ouvi, uma delas é que tenho uma multidão dentro de mim.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um pouco além do que se vê...


Olho para o excesso de concreto em volta e vejo vidas. Vejo janelas e através delas, pessoas e estórias. Lembro que foi de uma janela que vi pela primeira vez, uma Fortaleza emoldurada e um mar de carros e prédios altos.

Era um abril ou maio de 2006, sempre fico confuso com datas. Já fui mais preciso com o calendário e até com as horas. Mas é que o tempo vai passando e outros fatos vão sendo evidenciados e os números acabam não sendo tão interessantes assim. O melhor mesmo é estar, viver. Muitas vezes fiquei à espreita na janela, imaginava coisas de uma cidade em que eu era um recém chegado. Tinha a sensação de que existia um mundo lá fora e do alto eu ficava pensando nas vidas que existiam em todas as janelas. Aliás, muitas vidas ou a ausência delas. É interessante saber que há.

E imaginar que existe algo cíclico e pulsante o tempo inteiro. E pensar que pessoas pecam por não viverem. Existe vida sim, até mesmo onde pensamos não haver.E também existe uma infinidade de realidades,de diferenças, de contextos.E os contextos mudam, as coisas mudam, gradativamente ou de maneira impactante. Depois de quatro anos e meio de Fortaleza, já tive quatro janelas de horizontes diferentes. Entre sorrisos e lágrimas, muitos pensamentos foram (des) construídos numa tela de concreto. Gosto de janelas, de vê-las. De observar através delas e ter uma ideia de dimensões, de vidas e de possibilidades.

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