Baleiro

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Fortaleza, Ceará, Brazil
entre as inúmeras coisas identificáveis que já ouvi, uma delas é que tenho uma multidão dentro de mim.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Tudo que move é sagrado



Fui ver o novo espetáculo da EDISCA (Sagrada) que está em cartaz em Fortaleza e fiquei, mais uma vez, fiquei encantado pelo profissionalismo dos jovens que fazem parte do grupo de dança. A bela apresentação, segundo a responsável pelo projeto, apresenta questões ligadas ao meio ambiente e ao surgimento da vida.

Pesquisando sobre a palavra Sagrado descobri que provém do latim sacrum, que se referia aos deuses ou a alguma coisa em seu poder. Já o termo santo vem de sanctus, significando "que tem caráter sagrado, augusto, venerando, inviolável, respeitável, purificador".

Durante o espetáculo compreendi que as coisas sagradas são quase primitivas. São intrínsecas ao homem de alguma maneira: os sons, as manifestações, o comunicar-se. Em dias como os atuais, fiquei pensando nas coisas que nos são essenciais, por isso mesmo sagradas, listei mentalmente coisas que para mim são e descobri que na maioria das vezes, não tenho dado a devida atenção, veneração e respeito.

Dessa forma, assim como o homem tem tratado o planeta, muitas vezes, fazemos isso com tudo que está à nossa volta e que para nós, é sagrado. Desculpas vulgares permeiam tais questões, estamos sempre atrasados ou correndo para algum lugar. O tempo de ter tempo e de olhar para o outro e para as coisas está cada vez mais escasso. Vivemos dias ordinários e sem dar o devido valor às coisas que se movem.

O planeta terra pede socorro, sabemos disso: desmatamentos, poluição, destruição e tantos outros malefícios faz com que vivamos um caos constante. A humanidade também roga por mais atenção, um olhar mais atento, por maior dedicação. Existe um colapso ambiental e humano, existe uma mistura disso tudo.

Tem uma parte do espetáculo que três bailarinos rodopiam lindamente com panos brancos. A cena me lembrou uma dança que vi há tempos chamada “Dervish” (embriagado de Deus) e que representa a mudança e a esperança. Em seguida, em “Sagrada” entra a água e a criança, certamente uma clara alusão cheia de esperança pelo ser humano e por toda vida que há em volta.

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