Baleiro

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Fortaleza, Ceará, Brazil
entre as inúmeras coisas identificáveis que já ouvi, uma delas é que tenho uma multidão dentro de mim.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Chuva como benção na terra do sol.






Era manhã e o sol adentrava pela janela ampla da sala. Aquele era o meu primeiro endereço na cidade. Fui até a janela e vi que havia um mundo lá fora e aqui dentro o desejo de desbravá-lo.  Rapidamente fiz planos futuros, pensei em coisas e pessoas que havia deixado para trás. Rupturas são sempre escolhas difíceis, por mais que se façam necessárias.

Nos cômodos do apartamento, várias caixas espalhadas pelo chão. Era parte de uma vida nova e de mudanças que a vida me reservava e que eu almejava com sinceridade. Muita coisa me definia naquela época, muitas expectativas e quereres. Era tempo de desejar, de ser. Obvio, veio a saudade, dúvidas e dificuldades, mas que nunca foram capazes de me fazer sucumbir, voltar ou seguir para outro lugar.

O meu batismo na terra do sol foi na chuva. É irônico pensar assim, mas a primeira vez que senti Fortaleza como minha cidade foi num dia em que caia um temporal. Naquele dia, deixei que a chuva me ensopasse a alma, que na ocasião, estava encharcada de sonhos e vontades. Tudo o que eu queria era pertencer à cidade.

Já tive quatro endereços em seis anos, conheci dezenas de coisas e pessoas. Essa cidade me trouxe possibilidades: entrei para o curso que eu queria (Jornalismo), fiz cinema (produção de curtas metragens), festival e trago uma série de outras vontades que quero realizar aqui. Que nem tudo são flores, isso eu sei bem,tive dias desérticos em que tudo que mais me incomodava era o excesso de sol. Dias de sol que também me propiciaram o que chamamos de felicidade.

E sim, faço questão de continuar sonhando,querendo, conhecendo e desbravando o lugar que eu escolhi para morar, para viver. Andar a pé, ver o mar, sentir o vento e continuar uma caminhada que começou num dia de abril há seis anos.


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