A escrita me “salvou” diversas
vezes. Um número que a minha lógica não alcança e que eu não sou capaz de
multiplicar. Textos e pequenos escritos de toda espécie: clichês, repetitivos,
cotidianos e às vezes, surpreendentes. Assim como a vida.
Um cappuccino... pessoas em volta e os meus
olhos não conseguiam repousar em nada e nem em outros. Não existia
identificação nenhuma naquele final de tarde de domingo, existia forte
ausência, talvez, até de mim mesmo. Pensei mecanicamente em escrever algo, mas
não sabia sobre o quê ou quem.
Sobre o domingo ou sobre mim?Não,
eu não sei. Queria ser um polvo e que meus tentáculos fossem frases ou palavras
que conseguissem chegar a algum lugar. Tocasse, pelo menos, a mim. O sentimento
daquele momento era a falta de essência, de sentido e sentimentos.
Decididamente os sentimentos de
domingo (ou suas ausências) não devem ser levados a sério. Eles são sempre
potencializados e tem potencial para nos levar para repetições ou locais
desconhecidos. Já vivi diversos sentimentos de domingo em outros dias da semana
e eles são traiçoeiros até mesmo em dia de feira.
Calhou de hoje ser domingo, de eu
sentir a mecânica e a vontade da escrita, unicamente para ser salvo do marasmo
que me invadiu a alma e da certeza de que não devemos levar a sério os
sentimentos de domingo.
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