
Existem pessoas que preferem fantasiar a viver suas realidades parcas. Porque no fundo, o cotidiano nada mais é do que as nossas negações e afirmações diárias. Coisas que queríamos dizer não ou sim e que muitas vezes calamos. É mais fácil evitar os confrontos, com os outros e com nós mesmos.
Do silêncio tiramos apenas suposições. Das palavras, quase certezas. Porque além do que se diz e do que calamos existem os contextos. Existe a estória de vida de cada um e nossas aterrorizantes limitações humanas. Somos muito pequenos diante de nós mesmos, somos uma casa habitada que desconhece ou bagunça alguns vãos de maneira cruel.
Vivemos a normalidade dos dias e o que pontua as nossas vidas é o inesperado, são os momentos e pessoas que são capazes de nos fazer ver o mundo com outros olhos. Existe uma fantasia intrínseca em nós, por mais descrédulos ou realistas que nos apresentemos. Os discursos são muitas vezes ensaios do que gostaríamos de ser, ter (ou não). Uma maneira de nos proteger daquilo que não somos ou não temos.
A realidade nos serve como norte, para que andemos com os pés fincados no chão. Para separar o que é real e o que é fantasia (ou doces mentiras). Nem sempre a mentira é só negativa, nem sempre as palavras ditas com voracidade e realidade ajudam. Muitas vezes, é essencial que nos coloquemos no lugar do outro, dos outros. Qual é a sua realidade? Quais são as suas verdades? E as suas doces mentiras? Elas existem e se misturam.
Só dedico doces mentiras a quem não pretendo amar.Só para aqueles que me são caros me dispo inteira.
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