Baleiro

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entre as inúmeras coisas identificáveis que já ouvi, uma delas é que tenho uma multidão dentro de mim.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Os sonhos envelhecem?


O Sonho, de Picasso


Acordei no meio da noite depois de um sonho ruim. Num supetão, num insight, num misto de qualquer coisa que sempre nos invade o sono e nos remete à realidade. Era um daqueles pesadelos que você sente um alivio indescritível ao acordar, mas que ainda assim, o seu peito carrega uma angústia por todo o dia.

Engraçado a maneira que os sonhos são capazes de influenciar o nosso dia, especialmente nas primeiras horas da manhã. Vi o mar logo cedo, era tudo tão infinito e de imediato fui remetido aos sonhos. As ondas eram os meus sonhos, indo e voltando, calmos e revoltos.

Iniciei falando dos sonhos involuntários e agora, penso nos voluntários, naqueles que desejamos. E no fundo, eu penso e falo sobre os dois, que talvez se misturem na nossa mente em alguns momentos. Enquanto dormimos o que nos invade são fragmentos do nosso dia a dia. E acordados os que nos invade são as cobiças da nossa alma, dos nossos sentidos controversos e humanos em demasia. Todos nos acertam em cheio e somos alvos fáceis.

Tem uma canção que indaga se os sonhos envelhecem. Até hoje, não tenho uma resposta para a pergunta. Acredito que nós envelhecemos e a certa altura, deixamos de acreditar em algumas coisas ou a nossa crença se modifica. Vejo uma galeria de sonhos modificados e ainda assim existentes. Mutáveis mas que permanecem numa sobre vida em alguma parte em mim.

Existem os sonhos que se repetem enquanto se dorme. Existem os pesadelos que vivenciamos acordados. Existem os ápices dos sonhos e da vida numa fusão atordoante. Existe o imaginário, o real e as coisas que encontramos e perdemos no caminho. Existem partes de nós mesmos, existe o alheio, o belo e o feio.

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