Baleiro

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entre as inúmeras coisas identificáveis que já ouvi, uma delas é que tenho uma multidão dentro de mim.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Joana Darck e suas variações.

O primeiro texto que eu escrevi para um jornal chamava-se “O dia em que eu quis salvar Joana Darck”, nele eu falava da minha primeira paixão, ocorrida na época do jardim da infância. Joana Darck era negra e tinha cabelos compridos e entrançados, isso era em meados dos anos 80 e naquela época, o famigerado bullying era constante, só que não tinha esse nome.

Por ela ser negra, os demais zombavam disso. E como aquela situação me doía, até hoje, não sei se me apaixonei pela Joana ou se foi pela causa. Na época, eu não entendia o que era preconceito, sabia apenas que existia uma crueldade infantil para os que fossem “diferentes”. Então, você cresce e ver que essa crueldade acompanha alguns por toda a vida.

Hoje, acompanhamos discussões seculares sobre racismo, a mulher na sociedade, gays e outros tantos temas que a sociedade muitas vezes finge uma aceitação. Existem conquistas e vitórias que devem ser comemoradas sim. Mas a sensação de que sempre faltará algo, vai nos acompanhar por algum tempo ainda. Diariamente, nos deparamos com situações corriqueiras de preconceitos: nordestino com nordestino (estado x estado). De padrões de beleza e comportamentos pré estabelecidos e uma infinidade de bobagens que estão conceitualmente inseridas a nós e aos outros.

Não, a ideia não é pregar um mundo perfeito. Ele é feito por nós, e nós, humanamente falhos. Estamos ainda em busca de algo, muitas vezes, de nós mesmos. Então, como olhar para o outro sem pré julgamento, sem apontar aquilo que temos e escondemos ou que desdenhamos por não ter a coragem de ser (ou fazer)? É preciso apenas que se utilize de uma coisa básica para se viver em conjunto: RESPEITO.

E isso, tem faltado em larga escala e ao longo dos tempos e gerações.Sem hipocrisia, sabemos que nem sempre vamos compreender atos e alguns, mas o fundamental é respeitá-los.

P.S: Era pra ser um texto sobre primeiro amor. Mas, no meu caso, ele veio assim com esse contexto. A motivação de escrevê-lo veio depois de ver o vídeo intitulado “Você tem medo de dizer eu te amo?” que circula na net.

2 comentários:

  1. Acho que vc tem algo mais para nos dizer ..espero a parte II...

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  2. Amei o texto e o vídeo...me emocionei de verdade.
    Vc tem o dom da palavra...bjs

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