Baleiro

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Fortaleza, Ceará, Brazil
entre as inúmeras coisas identificáveis que já ouvi, uma delas é que tenho uma multidão dentro de mim.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Miséria de almas e excessos.


“Miséria é miséria em qualquer canto
Riquezas são diferentes
Cores raças castas crenças
Riquezas são diferentes
As crianças brincam
Com a violência
Nesse cinema sem tela
Que passa na cidade
Que tempo mais vagabundo
Esse agora
Que escolheram pra gente viver?” Adriana Calcanhotto, Milagres/Misérias






O mundo segue cada vez mais visual. As imagens dominam o cenário de forma avassaladora e confundimos ficção e realidade. Quem de nós, não se chocou ao ver e acompanhar quase em tempo real atropelamento de ciclistas, tsunamis, mortes em escola, assassinatos, brutalidades e intolerância pela TV?

Vivemos um tempo audiovisual, precisamos ver para crer, para que haja a indignação, o choque e o esquecimento. As imagens e noticias se sobrepõe, vemos uma seqüência de acontecimentos que são encobertos por outros, mais sombrios e impressionantes.

Assistimos repetidas vezes, dezenas de imagens, de ângulos e especialistas de todas as áreas se pronunciando a respeito. A sensação de que o perigo nos ronda é latente, ninguém está a salvo. Fico pensando nas crianças que crescem assistindo a tamanho caos, dos jovens e a esperança de um futuro melhor questionável e dos adultos que incrédulos assistem a tudo isso.

Não se pode questionar as imagens, nem os fatos. Contra fatos não existem argumentos. Porém, é preciso dosar o excesso de imagens que temos acesso. Em alguns casos, é fundamental que possamos ver. Em outros, um festival sensacionalista e gratuito se coloca em primeiro plano e nos deixa perplexos.

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