Capturamos momentos, somos câmeras atentas e
fotografamos olhares com perfeição. Á flor da pele, o nosso olfato nos traz em
segundos, momentos. Quantas foram as vezes em
que fomos e somos remetidos a outrora.
O instante eternizado por um olhar, toque, cheiro
e som. Tudo isso traz e é vivo, vida. Pensei em coisas e pessoas, na infinidade
de referências (ou a falta delas) que cada uma tem. Tem coisas que são maiores
do que a pessoa, porque também tem isso, às vezes, o que nos difunde é maior do
que nós.
Hoje, por exemplo, uma canção de Nina Simone
me trouxe alguém para próximo. Trouxe um momento, um som e uma fala. É disso
que falo, de coisas vividas e que permanecem e que o tempo é incapaz de nos
roubar.
Tem um trecho de uma música de Otto em que
ele diz que “Instantes acabam a eternidade”, esses instantes também são capazes de construir a
nossa “eternidade”. Vivemos de efemeridades e coisas que perduram, de
cotidianos que no meio de uma tarde, na tarde de uma noite ou numa manhã
qualquer, nos arrebata.
Eu trago comigo um arsenal de efemeridades que irão perdurar, de
instantes que justificam os cotidianos e as chateações diárias. Penso em alguns
momentos e sei o quanto eles foram/são essenciais, necessários. Tem erros e
acertos, porque de fato, eu sei que os preciso e não sei qual a proporção disso
tudo.
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