Fui a uma matinê circense ontem. Aquelas de
fim de tarde de domingo e devo ter voltado no tempo umas duas décadas.
Encantamento, nostalgia e emoção, envolto em sentimentos à flor da pele, do
riso às lágrimas.
O circo virou uma grande tela, em volta não
tinha lona, mas tinha uma platéia receptiva e aparentemente, envolvida no espetáculo
que é "O Palhaço”, o novo longa metragem de Selton Mello.
Particularmente, o circo, é uma das
referências da minha infância. Como sou do interior, cada vez que os artistas
itinerantes desembarcavam na minha cidade, era uma atração. Próximo a minha
casa, tinha um terreno baldio que abrigava circos e parques de diversão. Eu
sempre preferi o circo.
Achava aquele universo fantástico! Os números
e a possibilidade de não pertencer a lugar nenhum, de conhecer o “mundo”, e
ainda, ser artista. Por muitos anos, desejei fugir com o circo, mas, nunca o
fiz.
Das lembranças que trago comigo, das minhas
observações infantis, o diretor do filme, conseguiu retratar com poesia e
maestria esse universo mambembe e cheio de encanto. Cresci e parte dessa magia
se perdeu, ficar adulto é meio isso, não ter o riso tão fácil e sincero como o
de uma criança e também sei, o quão difícil é a vida dos artistas, ainda mais
os de circo.
O filme “O Palhaço” é um convite aos
bastidores circenses. É a singeleza de uma piada batida, a repetição da mesma e
do riso. É o mambembe, o profissional e o amador. É o amor pela arte e a
necessidade de continuar sempre. Porque como já ouvimos à exaustão, o
espetáculo não pode parar...
Nenhum comentário:
Postar um comentário